Com o objetivo de avançar para a criação do caminho cultural do Leon de Rosmithal com ligação aos Caminhos de Santiago de Compostela, a Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso promoveu uma reunião com representantes políticos e técnicos/as dos 12 municípios pelos quais passa o traçado proposto, assim como do Turismo Porto e Norte.
Para o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Frederico Castro, esta oportunidade de criação de um novo produto turístico não deve ser desperdiçada pelos diferentes municípios. “O objetivo a que nos propomos é importante para todos os territórios que cada um de nós representa e todos esperamos que o alcance e o resultado que possa ter este trabalho seja útil e importante para os concelhos que representamos, para a região e para o nosso território. Esta é uma grande oportunidade que devemos aproveitar”, salientou, na abertura dos trabalhos.
Este encontro, que decorreu na manhã de 26 de setembro, nos Paços do Concelho, visou dar a conhecer o trabalho que já foi realizado, nomeadamente o reconhecimento no terreno do percurso, trabalho esse que permitiu à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso apresentar o que terá sido o itinerário privilegiado das populações entre o Minho e Trás-os-Montes e utilizado pela comitiva de Leon de Rosmithal. Trata-se de um percurso que abrange 12 municípios, numa extensão aproximada de 230 quilómetros.
“Espero que consigamos alcançar os objetivos a que nos propomos. Contamos com a colaboração de todos e podem todos também contar com a nossa colaboração para que os passos que vamos dar sejam passos firmes e que sirvam as nossas comunidades e as pessoas que nos queiram visitar”, considerou ainda Frederico Castro.
Esta reunião teve ainda por objetivo analisar a disponibilidade para integrar este projeto, por parte dos vários municípios, assim como recolher possíveis contributos.
Leon de Rosmithal, Barão de Blatna, cunhado de Jorge de Podiebrad, rei da Bohemia (reino dissolvido e integrado na República Checa), iniciou, a 26 de novembro de 1465, uma peregrinação até ao túmulo do apóstolo Santiago Maior, em Santiago de Compostela, com passagem por Portugal. Nesta viagem, em que se fez acompanhar por 40 pessoas e 52 cavalos, trouxe uma carta de Dona Leonor de Portugal, casada com Frederico III, Imperador Sacro Império Romano-Germânico para entregar a seu irmão, o Rei Afonso V.
Entrando em Freixo de Espada à Cinta, já em 1466, atravessou Portugal na diagonal até passar pela Póvoa de Lanhoso, onde um dos seus cronistas descreve a terra e o estado do Castelo de Lanhoso. Esse território corresponde atualmente aos concelhos de Freixo de Espada à Cinta, Torre de Moncorvo, Murça, Alijó, Mirandela, Vila Flor, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar, Vieira do Minho, Cabeceiras de Basto e Braga, para além da Póvoa de Lanhoso.
Em Braga, a comitiva foi acolhida pelo rei Afonso V e recebeu estadia. Daqui, seguiu a sua missão em direção a Ponte de Lima, tomando o Caminho Central Português.